quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

IMPORTÂNCIA DA ARTE NA ESCOLA







QUANTA ARTE! OU PODEMOS DIZER...
QUANTAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS!

MUITAS BELEZAS. DIFERENTES CONTEXTOS. ARTES.




MÚSICA: BRASILEIRINHO DE WALDIR DE AZEVEDO (1968)


TEATRO - CENA DA PEÇA TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR






Profa Ma. Elci Candido Ferreira Marcilio

A arte tem sentido em si mesma e produz novos significados sobre aqueles que a apreciam. Se a história da arte se confunde com a história do homem, nada mais sensato de estarmos atentos às novas paisagens culturais e, portanto, observá-las tanto quanto pudermos, a fim de conhecermos suas funções, suas formas e conteúdos, o que nos requer um constante contato com a arte.
Neste contexto, a escola acaba sendo um ótimo cenário para a arte acontecer, por meio de uma educação artística e estética para todas as crianças e jovens. Segundo SANTAELLA (2007), as comunicações e as artes estão convergindo, porque os meios de comunicação e as artes são inseparáveis do nível social e de desenvolvimento de uma sociedade. E é a partir da cultura propiciada pelos meios de comunicação de massa[1], após a revolução industrial, que os campos, comunicação e artes, começaram a se interceptar, provocando o que alguns autores chamam hoje de hibridização das formas de comunicação e cultura. Acrescenta a autora, que antes disso,
“[...] desde o Renascimento, a cultura limitava-se a uma divisão em dois campos nitidamente separados: de um lado, a cultura erudita, isto é, a cultura superior das belas letras e das belas artes, privilégio das classes economicamente dominantes; de outro, a cultura popular, produzida pelas classes subalternas responsáveis pela preservação ritualística da memória cultural de um povo.” (SANTAELLA, 2007)
A razão de se ensinar Arte nas escolas está atrelada ao fato de que a arte traduz o mundo que nos rodeia e certamente contribuirá para além do conhecimento específico, colaborando no desenvolvimento dos níveis cognitivo e afetivo, fundamentais para a construção de valores éticos, estéticos e políticos de um educando-cidadão.
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos e criticidade dizia Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia. Diante dessa perspectiva, fica mais clara a justificativa da importância de arte nas escolas, quando percebemos que o binômio arte-comunicação e a educação relacionam-se mutuamente como uma linguagem que se renova constantemente, fomentando o crescimento social e cultural dos educandos.
O Ensino de Arte já tinha sua obrigatoriedade na década de 1970 nas escolas brasileiras. Naquela época havia poucas contribuições sobre este ensino, e especificamente sobre arte visual (Barbosa, 1975).    Também naquele período questionava-se se havia interesse “recôndito dos donos do poder em preparar mal o professor de Arte, para que arte seja a incompetência da escola” (BARBOSA, 1988, p.20), pois como ressaltou a autora educar com arte não significa não ter de pensar, ou raciocinar, mas preparar o aprendiz para que ele seja autônomo, dono de suas emoções inteligíveis, para si mesmo e para a sociedade.
No I Congresso de Arte-educação, de 14 a 18 de novembro de 1983, em Salvador, percebeu-se o grande descaso com as teorias e para as práticas da Arte, afinal arte-educadores bem formados não seriam facilmente manipulados.  
Esse breves pensamentos do passado nos permitem refletir que, a ausência de conhecimento e a valorização da história, pode nos levar ao erro duplo e à falta de identificação da realidade, tornando-nos facilmente manipulados e inexpressivos frente a uma possível liberdade. Compreender a história do ensino da arte no Brasil e os determinantes culturais, sociais e políticos pertinentes a ela, pode nos levar à concepção, ao entendimento e à reconstrução do estado em que ela se encontra atualmente.
Infelizmente, há mais de quarenta anos, a disciplina Arte carece de crédito intelectual. Essa mesma arte é a que permeia os caminhos da expressão, da comunicação e da criação artística. Ágil e facilitadora em interdisciplinaridade, o currículo de arte movimenta quando organizado, além de novas perspectivas de ensinar e de aprender, o aluno como protagonista do processo educativo, que o torna participativo e transformador da sociedade na qual ele está inserido.
O ensino de Arte propicia ao aluno o desenvolvimento do pensamento artístico, um modo particular de atribuir sentido às suas experiências. Por meio deste ensino, o aluno expande sua sensibilidade, percepção, reflexão e também a imaginação. Aprender arte associa-se a conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de várias culturas.




BIBLIOGRAFIA

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011. 
SANTAELLA, L.  Por que as comunicações e as artes estão convergindo?
São Paulo: Paulus, 2007.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: conflitos e acertos. 3a. ed. São Paulo: Max Limonad, 1988.
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da Educação Artística. São Paulo: Cultrix, 1975.



[1]  Na cultura de massas os modismos referentes à arte, moda, costumes etc são ditados pelos meios de comunicação, na tentativa de se impor o que se faz e o que se usa no mundo todo, ou seja, uma “massa” só, sem críticas, sem opiniões.

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