QUANTAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS!
MUITAS BELEZAS. DIFERENTES CONTEXTOS. ARTES.
MÚSICA: BRASILEIRINHO DE WALDIR DE AZEVEDO (1968)
TEATRO - CENA DA PEÇA TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR
Profa Ma. Elci Candido
Ferreira Marcilio
A arte tem sentido em si mesma e
produz novos significados sobre aqueles que a apreciam. Se a história da arte
se confunde com a história do homem, nada mais sensato de estarmos atentos às
novas paisagens culturais e, portanto, observá-las tanto quanto pudermos, a fim
de conhecermos suas funções, suas formas e conteúdos, o que nos requer um
constante contato com a arte.
Neste contexto, a escola acaba sendo
um ótimo cenário para a arte acontecer, por meio de uma educação artística e
estética para todas as crianças e jovens. Segundo SANTAELLA (2007), as
comunicações e as artes estão convergindo, porque os meios de comunicação e as
artes são inseparáveis do nível social e de desenvolvimento de uma sociedade. E
é a partir da cultura propiciada pelos meios de comunicação de massa[1],
após a revolução industrial, que os campos, comunicação e artes, começaram a se
interceptar, provocando o que alguns autores chamam hoje de hibridização das
formas de comunicação e cultura. Acrescenta a autora, que antes disso,
“[...] desde o Renascimento, a
cultura limitava-se a uma divisão em dois campos nitidamente separados: de um
lado, a cultura erudita, isto é, a cultura superior das belas letras e das
belas artes, privilégio das classes economicamente dominantes; de outro, a
cultura popular, produzida pelas classes subalternas responsáveis pela
preservação ritualística da memória cultural de um povo.” (SANTAELLA, 2007)
A razão de se ensinar Arte nas
escolas está atrelada ao fato de que a arte traduz o mundo que nos rodeia e certamente
contribuirá para além do conhecimento específico, colaborando no
desenvolvimento dos níveis cognitivo e afetivo, fundamentais para a construção
de valores éticos, estéticos e políticos de um educando-cidadão.
Ensinar exige respeito aos saberes
dos educandos e criticidade dizia Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia.
Diante dessa perspectiva, fica mais clara a justificativa da importância de
arte nas escolas, quando percebemos que o binômio arte-comunicação e a educação
relacionam-se mutuamente como uma linguagem que se renova constantemente, fomentando
o crescimento social e cultural dos educandos.
O Ensino de Arte já tinha sua
obrigatoriedade na década de 1970 nas escolas brasileiras. Naquela época havia
poucas contribuições sobre este ensino, e especificamente sobre arte visual
(Barbosa, 1975). Também naquele período
questionava-se se havia interesse “recôndito dos donos do poder em preparar mal
o professor de Arte, para que arte seja a incompetência da escola” (BARBOSA,
1988, p.20), pois como ressaltou a autora educar com arte não significa não ter
de pensar, ou raciocinar, mas preparar o aprendiz para que ele seja autônomo,
dono de suas emoções inteligíveis, para si mesmo e para a sociedade.
No I Congresso de Arte-educação, de
14 a 18 de novembro de 1983, em Salvador, percebeu-se o grande descaso com as
teorias e para as práticas da Arte, afinal arte-educadores bem formados não
seriam facilmente manipulados.
Esse breves pensamentos do passado
nos permitem refletir que, a ausência de conhecimento e a valorização da
história, pode nos levar ao erro duplo e à falta de identificação da realidade,
tornando-nos facilmente manipulados e inexpressivos frente a uma possível
liberdade. Compreender a história do ensino da arte no Brasil e os
determinantes culturais, sociais e políticos pertinentes a ela, pode nos levar
à concepção, ao entendimento e à reconstrução do estado em que ela se encontra
atualmente.
Infelizmente, há mais de quarenta
anos, a disciplina Arte carece de crédito intelectual. Essa mesma arte é a que permeia
os caminhos da expressão, da comunicação e da criação artística. Ágil e
facilitadora em interdisciplinaridade, o currículo de arte movimenta quando
organizado, além de novas perspectivas de ensinar e de aprender, o aluno como
protagonista do processo educativo, que o torna participativo e transformador
da sociedade na qual ele está inserido.
O ensino de Arte propicia ao aluno o
desenvolvimento do pensamento artístico, um modo particular de atribuir sentido
às suas experiências. Por meio deste ensino, o aluno expande sua sensibilidade,
percepção, reflexão e também a imaginação. Aprender arte associa-se a conhecer,
apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas
individuais e coletivas de várias culturas.
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
SANTAELLA,
L. Por que as comunicações e as artes
estão convergindo?
São Paulo: Paulus, 2007.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação:
conflitos e acertos. 3a. ed. São Paulo: Max Limonad, 1988.
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da Educação Artística. São Paulo: Cultrix, 1975.
[1] Na cultura de massas os modismos referentes à arte,
moda, costumes etc são ditados pelos meios de comunicação, na tentativa de se
impor o que se faz e o que se usa no mundo todo, ou seja, uma “massa” só, sem
críticas, sem opiniões.
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